quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015



Combater este silêncio não é fácil...


A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é uma instituição particular de solidariedade social, pessoa coletiva de utilidade pública, que tem como objetivo estatutário promover e contribuir para a informação, proteção e apoio aos cidadãos vítimas de infrações penais.
É, em suma, uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma individualizada, qualificada e humanizada, vítimas de crimes, através da prestação de serviços gratuitos e confidenciais.
Fundada em 25 de Junho de 1990, é uma instituição de âmbito nacional, localizando-se a sua sede em Lisboa.
Para a realização do seu objetivo, a APAV propõe-se, nomeadamente:

» Promover a proteção e o apoio a vítimas de infrações penais, em particular às mais carenciadas, designadamente através da informação, do atendimento personalizado e encaminhamento, do apoio moral, social, jurídico, psicológico e económico;

» Colaborar com as competentes entidades da administração da justiça, polícias, de segurança social, da saúde, bem como as autarquias locais, regiões autónomas e outras entidades públicas ou particulares de infrações penais e respetivas famílias;

» Incentivar e promover a solidariedade social, designadamente através da formação e gestão de redes de cooperadores voluntários e do mecenato social, bem como da mediação vítima-infrator e outras práticas de justiça restaurativa;

» Fomentar e patrocinar a realização de investigação e estudos sobre os problemas da vítima, para a mais adequada satisfação dos seus interesses;

» Promover e participar em programas, projetos e ações de informação e sensibilização da opinião pública;

» Contribuir para a adoção de medidas legislativas, regulamentares e administrativas, facilitadoras da defesa, proteção e apoio à vítima de infrações penais, com vista à prevenção dos riscos de vitimização e atenuação dos seus efeitos;

» Estabelecer contactos com organismos internacionais e colaborar com entidades que em outros países prosseguem fins análogos.



VISÃO
A APAV acredita e trabalha para que em Portugal o estatuto da vítima de crime seja plenamente reconhecido, valorizado e efetivo.

MISSÃO
Apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais e contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas, sociais e privadas centradas no estatuto da vítima.


TESTEMUNHOS DE VOLUNTÁRIOS

“Os motivos que me levaram a procurar o voluntariado na APAV foram a necessidade de sentir que estava a ajudar e a contribuir de forma positiva e activa para a sociedade, ao mesmo tempo que vou adquirindo experiência na minha área profissional, permitindo-me evoluir e desenvolver-me como psicólogo.
Foi com grande satisfação que encontrei na APAV uma equipa que partilha desses sentimentos e ideais e a oportunidade de contribuir para a resolução de muitas situações complicadas que, de outra forma, não teriam atenção e auxílio. O trabalho que a APAV desenvolve próximo dos seus utentes, as vítimas de crime, é de importância extrema, pois na maior parte dos casos surge como a única entidade ou organismo a prestar auxílio a estas pessoas numa altura de necessidade.
É também com enorme satisfação que vemos os nossos utentes a reconstruir as suas vidas, a criar um novo projecto de vida, um projecto que não inclui vitimação, mas sim bem-estar, auto-realização, motivação, e uma grande vontade de vencer e ser feliz.
O voluntariado na APAV fez com que eu evoluísse, tanto como ser humano como profissional, e o trabalho dos voluntários, no dia a dia, é a força da instituição, e é o que permite à mesma chegar aos seus utentes, marcar a diferença e mudar vidas para melhor.”

Pedro Machado 
25 Anos
Psicólogo
Voluntário no Gabinete de Apoio à Vítima do Porto

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“Tendo acabado a licenciatura em Educação Social recentemente decidi, ainda no decurso formativo, escolher uma instituição para me oferecer como voluntário visando obter uma experiência profissionalizante que me oferecesse novos conhecimentos, enriquecesse o meu currículo e satisfizesse a minha necessidade de altruísmo. Encontrei na APAV uma instituição que, para o seu funcionamento, aposta fortemente num sistema de voluntariado onde a organização, formação contínua e responsabilização do voluntário são estratégias presentes. Confesso que, num primeiro momento, foi esta filosofia da APAV que mais pesou na minha escolha.
A minha experiência tem sido, a vários níveis, bastante gratificante. Encontrei no Gabinete de Apoio à Vítima de Santarém uma equipa entusiasmada onde a partilha de conhecimentos se faz de uma forma aberta e enriquecedora.
Ao longo deste tempo, despertei para a causa da APAV. Presenciei testemunhos impressionantes nos atendimentos feitos. Histórias de vidas dilaceradas, como por exemplo na violência doméstica, que mostram que o ser humano pode, mesmo quando tudo parece desfeito e perdido, reiniciar, levantar-se, reinventar-se e reconstruir uma nova vida tão ou mais bela que aquela que já teve.
A vontade das vítimas de porem cobro a sua história de vitimação é condição sine qua non. Contudo, o contributo dos técnicos é fundamental nestes processos pois parte deles, por vezes, o impulso para o desencadear da vontade de mudança das vítimas e/ou denuncia dos casos. Os Técnicos de Apoio à Vítima oferecem às vítimas o apoio psicológico, jurídico e social essencial para minimizarem o sentimento de insegurança que uma vítima de crime sente. Na APAV o voluntário sente-se responsabilizado e, por isso, valorizado.”

Nuno Godinho e Cunha 
30 Anos
Técnico Superior de Educação Social
Voluntário no Gabinete de Apoio à Vítima de Santarém

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“Quando procurei a APAV para exercer voluntariado, sabia de antemão que não seria uma tarefa fácil, uma vez que o apoio à vítima de crime contempla algumas especificidades a nível profissional e também pessoal. Trabalhar nesta instituição não é ficar circunscrito à nossa área de formação, é conseguir dar respostas de cariz multidisciplinar às necessidades de cada utente. Foi esta vertente que me entusiasmou a constituir-me como voluntário desta instituição e gratificação pessoal que obtenho retiro-a sempre que podemos efectivamente corresponder às expectativas dos utentes que nos procuram. Paralelamente, o ambiente de partilha e de camaradagem que se estabelece entre os Técnicos de Apoio à Vítima é também uma mais-valia no desempenho da minha função. Funcionamos como uma rede coesa onde todos os esforços confluem em nome do superior interesse da vítima de crime.
O silêncio é o grande cúmplice da vitimação. Muitas vezes, é um silêncio que anda de mão dada com o medo e com a vergonha. Os voluntários são uma força importante nos Gabinetes de Apoio à Vítima. O voluntariado nesta instituição é um trabalho enriquecedor e desafiador a vários níveis, onde cada história toca de diferentes maneiras e a gratificação retira-se de cada pequena vitória, do quebrar das barreiras intransponíveis do silêncio, de cada história partilhada e das diligências efectuadas para apoiar os nossos utentes. Porque esperas? Está ao alcance de cada um fazer algo.”

Mário Veloso 
23 Anos
Psicólogo
Voluntário no Gabinete de Apoio à Vítima de Coimbra


(toda a informação foi retirada do site da associação www.apav.pt)